Não havendo margem para acomodar medidas expansionistas, há pelo menos uma área em que o Governo devia ter aberto os cordões à bolsa: a dos incentivos às pequenas e médias empresas com vocação exportadora.
José António Barros, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) considera que esta é a grande pecha da proposta de Orçamento: “A internacionalização vai ser o motor de crescimento e só se consegue crescer com apoios, entre os quais fiscais”, diz o gestor. E mesmo que apoiar as empresas implique “violar as regras de Bruxelas, eu digo “violemos!”. Quando Bruxelas vier Luís Filipe Pereira, administrador da Efacec e outro dos oradores do Fórum “Projecto Cidadania – Pensar a Fiscalidade” acha mesmo que os apoios públicos são uma inevitabilidade. “Tarde ou cedo o Governo terá de estimular a competitividade externa das empresas”, vaticina. No próximo ano o grande problema continuará a ser o da escassez de financiamento. Satisfeito com as linhas de crédito bonificadas que o Governo tem concedido, José António Barros diz que seria, contudo, necessário estimular-se o “pré-financiamento à exportação com base em encomendas firmes” e resolver o problema da falta de oferta de seguros de crédito no mercado, um produto essencial para as empresas que estão a lançar-se em mercados mais arriscados. Nota positiva para o estímulo ao financiamento das pequenas e médias empresas por parte dos seus sócios. Fonte: Negócios
Por fim, seriam ainda necessárias medidas que financiem o investimento em bens de equipamento. O presidente da AEP diz que chegou a propor ao Governo a criação de um incentivo desta natureza, que recuperasse o essencial do antigo regime de dedução de lucros retidos e reinvestidos em bens de equipamento e sectores transaccionáveis, mas não foi ouvido.
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